E se as bocas se beijassem
e tudo perdesse um pouco do encanto
e no rosto amigo rolasse o pranto
e olhos puros tudo observassem.
E se o tempo se irasse
e sua ira nada mais aplacasse
e tudo arrasasse com muito furor
deixando a saudades como disfarce
de muita tristeza, dúvida e dor.
Se do peito vazio brotar uma flor
donde lhe fora roubado o coração
que não sintas nenhum olor
sem antes amarfanhares à mão.
Por tanto dizeres que nada é eterno
há coisas mortais sempre a te ferir
enquanto eu, convicto, a vestir o meu terno
retiro os meus sapatos e vou dormir.