terça-feira, 20 de maio de 2014

Datilofilia


Comecei uma paixão doentia
Com uma máquina de escrever
O que eu escrevia ela entendia
E me entendia bem mais que você

Este caso começou bem discreto
Escrevi mil sonetos num canto
Meu amor foi ficando concreto
Belo dia percebi com espanto

Que os versos que nela escrevia
Ja os li em teu corpo um dia
Nos teus olhos via tanta beleza.

Mas agora, veja quanta ironia
Teu calor em meio a máquina fria
So me traz cada vez mais tristeza.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Mea Culpa


Estou doente, doente de verdade.
Meu cérebro atrofia diante da indgnação
Por paus e pedras procuram minhas mãos
Acabou-se de vez, acabou-se a fraternidade.
Matemos nossos pais, nossas mães e irmãos
Matemos a mulher, a criança e o ladrão
Matemos a justiça com faca cega de verdade.
E matemos mais, matemos em vão...
E vão-se os corpos em vala fria comum.
Matemos por fim esta falsa humanidade
Até que não sobre, não sobre nenhum!
Maldita doença é esta: o senso comum.