sexta-feira, 28 de junho de 2013

A Profetisa

Como não ser refém destes teus olhos?
E tua boca quase nunca emudecida
Que de perguntas me inundava e ainda
Inunda de emoções a minha alma adormecida

Viva fera se esconde entre estes ossos
Entre estas carnes, habitam sonhos mais profundos
De nada vale, perder o amor e ganhar o mundo
Ainda vigora, tem muita força, há de ser nosso!

O medo de um futuro podre nos profana
Que deste incerto de batalhas não nos zangue
Este egoísmo que se encontra a mente humana

Mas bela voz se ergue em meio a este mangue
Coube aos teus olhos e doces lábios de cigana
Dizer: "Que triste, a liberdade cheira a sangue!"
















La Liberté guidant le peuple, Eugène Delacroix - 1830