quarta-feira, 25 de julho de 2012

Senti teu cheiro em um móbile


Senti teu cheiro em um móbile
Desses que de costume tomo com pressa
Era o mesmo, o percurso que eu fazia
O mesmo sol impede que eu adormeça

Tudo era igual, era a mesma primazia
"Sonhei monumentos e ruínas plantei"
Lhe dei o pouco que desfrutava como rei

Escuto um quase sempre aflito "me esqueça"
E pouco a pouco deixo tudo à revelia
Ardi no fogo de amar-te a cada dia
E perdi, como um rei, minha cabeça

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aproveite-se


Algo novo se apresenta para mim
Uma eloquência me aflige sem cura
Me convenço a partir à tua procura
E esbarro numa dor que não tem fim

O que queres tão afoita à minha porta?
Me perdoe por não dar-te ainda abrigo
Pois aqui todos lhe davam como morta
E eu ainda lhe esperava com afinco

Ó destino, ó razão, ó minha menina
Que calar o coração inda não deve
Mesmo que com palavras inda insista

Ai, que arde o coração e desatina
Labaredas consomem o sonho breve
Mas, Amar por si só é a conquista

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Encanto do tormento


Algo irá te atormentar
Se é que já não tens algum tormento
Que te fará revirar na cama à madrugada
E pensará profundo no coração, na pessoa amada
E verá que perguntas não calarão o sentimento
Ao pensar em vão, num momento
Que tudo é por causa da distância exacerbada
Sem saber que amar é o que lhe falta
Sem saber que de amor é feito o tempo.

terça-feira, 17 de julho de 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012

Simpatia para a existência

Em verdade vos digo, não falo vossa lingua
não vos compreendo queridos, nunca vos compreendi
não entendo vossos ais, não te entendo caro amigo
não entendo teus lamentos, nunca os entendi

Sois parte de uma realidade a qual não pertenço
a qual não existo e a qual não compreendo
uma dimensão na qual não passo de um simples ponto
uma virgula talvez, no máximo um breve adendo

Em verdade vos digo, vos digo não vos conheço
Pegue um pouco de amizade, junte um tanto de lealdade
bata com outro tanto de sonhos e o amor faz tudo crescer
misture tudo perfeito, e guarde bem tudo no peito
me diga depois de feito, quem não amará você?

domingo, 1 de julho de 2012

Nas formas do meu avesso

Mesmo lacerado, o espirito, ainda bate o coração
"Atenha-se às velhas virtudes até que se tornem vícios"
Diziam os antigos sobre ser moderno e o que é sacrifício
"Digam o que disserem, o mal do século é a solidão"

Tenho chagas e flagelos de tudo quanto acredito
Já não se encontra Amor, ninguém quer pagar seu preço
Nas formas do meu avesso, jamais me vi iludido

Isso que teimo em rasgar no teu ouvido
Mesmo sem fazer sentido, nas formas do meu avesso
É um sim, com som de não, é um não que diz: duvido!