terça-feira, 26 de junho de 2012

O velho e o novo

Comprei uma caneta nova com esperança de mudar o traço
Sem saber que tudo o que faço sai do peito, tem emoção
Ah, como foi em vão, comprar uma caneta nova 
Se ainda é velho o coração.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Heroísmo


Fui Super-heroi, derrotei o vilão, salvei a mocinha do perigo.
E como era bom, ficava feliz com o mundo e ele feliz comigo.
Mas a insignificância o tumor que me corrói
Desatinou o pensamento, o sonho de ser heroi
Gritei para mim "quero ser importante" como se eu mesmo ouvisse
E andei cego delirante, errando, cambaleante como se ninguém me visse.
Às margens da tirania que avassala o povo aflito
Me vi fugido da verdade sem ter um onde, um abrigo
"A vida foi dura comigo" pensei eu na outra esquina
Quando faltou cocaína, na primeira vez fui ferido
Na segunda, um amigo, me deu uma dose assassina
Que ironia do santo destino, o indivíduo gostar da coisa
A coisa matar o indivíduo, e a encomenda ser do próprio amigo
"Olhe lá, olhe lá! Há razão e razões"
Quando lhe ceifei a vida sem pensar no depois
De herói me tornei imenso mar de aflições
Estando certo ou não, vi na minha condenação o certo
Convenci-me que o perdão não é questão de intelecto
Na noite da execução me visitou seu espectro
Com a vingança nas mãos seu olhar triste, gélido
Foi quando chegou o clérigo me dar a extrema unção
Dali foi abrir o alçapão a corda se esticar levemente
Se fui herói ou vilão em minha vida se passou sutilmente