Não te iludas com os meus poemas tristes
O meu eu-lirico, que te descreve em versos
Teu eu-ninfa, que nos meus sonhos persiste
Teu eu-carne, meu eu-terra, teu eu-sexo.
O Sol trará alegre este meu manifesto
Foi-se embora dos meus versos o pranto
Silenciosos gritos enamorados e, no entanto,
Meu eu-nuvem te choverá o mais modesto
Meu eu-fome, que suplica os olhos teus
Teu eu-lua, que insiste em dar-me o inverso
Meu eu-carne, teu eu-lua, meu eu-sexo
Adeus, adeus... Me diz teu eu-perverso
E, nada digo, pois, no início meu eu-deus
Fez de ti um outro, e vasto, universo