sábado, 12 de maio de 2012

Macieiras


Disto me eras infâmia, Daquilo te tornas virtude
Tu cheiravas macadâmia, tua voz um alaúde
Disto me eras encanto, Daquilo te tornas um plectro
Tuas mãos meu acalanto, tua imagem triste espectro

Eras lívida; Eras alva como leite
Disto me eras sustento
Daquilo te tornas lúcido deleite

Onde foras Senhoria?
Ao suave a vagar meia volta,
me toma completo de dores e vícios
Distraio-me e estou em seus braços,
conheço teus jogos e artifícios
Onde foste Senhoria?
Se meu peito já não doeu o bastante,
desta minha crua jornada
Ando a vagar cego, delirante
a cada passo dessa cavalgada
Onde ias Senhoria?

Disto me eras loucura, Daquilo te tornas intelecto
Disto me eras ternura, Daquilo te tornas infecto
Da histeria do dia a dia tinhas em mim fiel abrigo
Mas veio a vida fazer folia, ao leve sopro acabou comigo

Teu olhar, tuas mãos, tuas marcas, tua nuca, teu dorso

Ah! Me eras o mel, és agora o salobro
Disto me eras Amor
Daquilo te tornas Amor em dobro

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