sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Em cada coisa, uma esperança (Retrato)


Abro os olhos,
um céu de mármore me toma de assalto;
embriago-me de um pássaro que desconhece seu destino
e mesmo assim ele viaja lá no alto.
Vejo sol envolvido pela bruma de um fim de tarde
e sozinho neste lago contemplo o corriqueiro.
Incessantemente um helicóptero busca uma fuga
e os automóveis seguem lentos em longas filas.
As sombras dos edifícios pacientemente pendem
reverenciando o fim do dia.
Fecho os olhos,
lembranças, e o peso de cada uma vagarosamente me afunda.
Abro os olhos,
Olha lá o passarinho!, como ele segue sem saber o caminho?
Olha lá o passarinho...

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