sábado, 1 de setembro de 2012

O amor e o desacato


Acordei há pouco, um sabiá cantou em minha janela
Oque sabe o sabiá que o canto me desmantela?

E esse canto se confunde com os cantos do meu quarto
Em cada canto de espaço o canto do sabiá ecoa
Levando do canto o marasmo de tudo que não descarto
O amor e o desacato, a bruta fé que me povoa

Um canto cheio de vida
Um canto cheio de dor
Uma pergunta em cada estrofe
Em cada verso uma flor

Um lamentinho acolá
Para desinteressar
E recomeça mais brando
Com doçura e com encanto

Um canto que incomoda o desiludido e o amante atraiçoa
Que embalsama o ferido e que o infeliz se desapeque
Queria eu poder dizer o que este canto não consegue
"Vem, vem já, não se sossegue a lei da vida lhe abençoa"

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