Me abriu com muita ternura
Folheou-me sem paciência
Lasseou as minhas brochuras
Leu-me com voraz violência
Sublinhou o que mais lhe aprazia
Arrancou o que mais desejava
Rabiscou tudo o que odiava
À estante não me devolvia
Com desleixo me arremessava
Pelos cantos de onde vivia
Pela cama, pela mesa, pelo chão...
Pela pressa com que caminhava
Me perdeu em uma rua baldia
Emborcado em minha solidão.
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